No seu primeiro dia de trabalho como conselheiro tutelar, você recebe uma denúncia de que uma criança de 12 anos não foi nenhum dia na escola. Você investiga um pouco e descobre que os pais dela nunca a matricularam numa escola. Você fica indignado por nenhum outro conselheiro tutelar ter feito algo em relação a isso e pega o endereço dos pais e vai lá.
Você bate na porta e é atendido por um homem pelado. Você diz a ele: — Eu cometi um erro! Desculpa! Eu estou procurando a casa dos pais da Jessica. — Você se vira e anda para sair dali.
O homem lhe diz alto: — Espere!
Você para de andar e se vira na direção dele.
Ele diz: — Essa é a casa dos pais dela e eu sou o pai dela.
Você fica em choque. Passa alguns segundos e você se acalma. Mais calmo e se sentindo desconfortável por estar falando com um homem pelado, você pergunta: — Eu posso falar com a mãe da Jessica?
Ele te olha estranho e dá um grito para a sua esposa vim. Você fica aliviado.
Passa dois minutos e a esposa dele vem também pelada. Ele pergunta a sua esposa: — Onde você estava?
Ela diz: — Eu estava dando para o meu outro marido.
Ele ri e sai dali. Você fica horrorizado, começa a temer pela sua vida e pergunta: — Onde está a sua filha?
Ela diz: — Ela está na casa do lado com seu marido.
Você toma um susto e pergunta: — Marido?
Ela ri e diz: — Sim. Você quer que eu a chame?
Você pergunta: — Marido de verdade?
Ela diz: — Sim.
Você pergunta: — Senhora, você deixa sua filha transar?
Ela diz: — Sim.
Você chama o pai da Jessica, ele volta e você diz: — Você sabia que a sua filha transa?
Ele diz: — Claro que sim, foi eu que fui o primeiro a transar com ela.
Você lembra que é o seu primeiro dia de trabalho, dá uma risada e diz: — Essa é a surpresa que eu ganho no meu primeiro dia de trabalho!
Ele diz: — O que você disse?
Você diz: — Nada. Eu tenho que ir.
Você chega no seu escritório e, pensando que os seus colegas estavam fazendo uma brincadeira com você, ri quando vê eles e diz: — Boa pegadinha!
Eles te olham estranho. Você para de disfarçar o sorriso e senta na sua cadeira horrorizado.
Seu chefe aparece e lhe pergunta: — Onde você estava?
Você diz: — Você sabe onde eu estava!
Ele diz: — Eu não sei onde você estava! Por que eu saberia?
Você diz: — Eu estava na casa que vocês fizeram uma pegadinha comigo!
Ele diz: — Não fizemos nenhuma pegadinha com você! Qual casa você estava?
Você diz: — Eu estava na casa dos pais da Jessica.
Ele te olha estranho.
Você pergunta: — Não era pegadinha? Se não era pegadinha, por que vocês deixam as crianças naquele lugar?
Ele diz: — Você não podia ter ido para aquele lugar.
Você pergunta: — Por que vocês deixam as crianças naquele lugar?
Ele não diz nada.
Você fica indignado e diz: — Vou chamar a polícia para tirar as crianças daquele lugar!
Ele diz: — Se você fizer isso, você será um criminoso.
Você diz: — Eu o criminoso? Os pais não colocam os filhos na escola, ficam pelados perto deles, abusam das filhas e incentivam eles a casar, e vocês não fazem nada, e eu que sou o criminoso?
Ele diz: — Sim, no Brasil você que é.
No Brasil, tem pessoas que não colocam os seus filhos na escola, que ficam pelados perto deles, que fazem poligamia, que abusam das filhas e que incentivam os filhos a se casarem sem terem 18 anos.
Eu estou falando dos índios.
O governo não pode aceitar isso.
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